segunda-feira, 3 de maio de 2010




Os múltiplos focos da violência no mundo de hoje
Por: Maria Clara Lucchetti Bingemer É muito difícil conceituar a violência, principalmente por ser ela, por vezes, uma forma própria de relação pessoal, política, social e cultural; por vezes uma resultante das interações sociais; por vezes ainda, um componente cultural naturalizado Os estudiosos que nos últimos tempos têm se debruçado sobre o tema, ouvindo e auscultando toda a produção filosófica, mitológica e antropológica da humanidade lhe conferem um caráter de permanência em todas as sociedades e também de ambigüidade, ora sendo considerada como fenômeno positivo, ora como negativo, o que retira de sua definição qualquer sentido positivista e lhe confere o status de fenômeno complexo. Mais que isso, em relação a ela, a soma das verdades individuais não reproduz a verdade social e histórica, e os mitos e crenças a seu respeito costumam distorcer a realidade como num espelho invertido. Hannah Arendt que possui uma das mais consistentes reflexões sobre o tema, considera que nenhum historiador ou politólogo deveria ser alheio ao imenso papel que a violência sempre desempenhou nos assuntos humanos, e se surpreende com quão pouco esse fenômeno é interrogado e investigado pelos cientistas. Engels valoriza a violência como um acelerador do desenvolvimento econômico. Mao Tsé-Tung a trata como garantia do poder político "o poder nasce do cano do fuzil”; Sartre a analisa no universo da escassez e da necessidade. Para Hannah Arendt a violência tem um caráter instrumental, ou seja, é um meio que necessita de orientação e justificação dos fins que persegue. Trata-se de um conceito multifacetário por suas características externas (quantitativas) e internas (qualitativas). E encontra sua expressão concreta no fato de que indivíduos, grupos, classes e instituições empregam diferentes formas, métodos e meios de coerção e aniquilamento direto ou indireto (econômico, político, jurídico, militar) contra outros indivíduos, grupos, classes e instituições, com a finalidade de conquistar ou reter poder, conquistar ou preservar independência, obter direitos ou privilégios. Além disso, e até mesmo por causa disso, a violência está inscrita e arraigada nas relações sociais, não podendo, portanto, ser considerada apenas como uma força exterior se impondo aos indivíduos e às coletividades, havendo, desta forma, uma dialética entre vítima e algoz, o que deve ser objeto de reflexão dos estudiosos para compreensão dessa complexa relação. Freud por sua vez apresenta várias interpretações do tema, em diferentes etapas de seu pensamento. Em primeiro lugar associa a violência à agressividade instintiva do ser humano, o que o inclina a matar e a fazer sofrer seus semelhantes. Num segundo momento a define como instrumento para arbitrar conflitos de interesse, sendo, portanto, um princípio geral da ação humana frente a situações competitivas. Numa terceira posição, avança para a idéia de construção de "identidade de interesses". É essa identidade que faria surgir vínculos emocionais entre os membros de uma comunidade humana. Os conflitos de interesses seriam mediados nas sociedades modernas pelo direito e pela lei; e a comunidade de interesses, pela identidade e busca do bem coletivo. A violência é então um problema da sociedade, que desde a modernidade o tem tratado no âmbito da justiça, da segurança pública, e também como objeto de movimentos sociais. Portanto, onde grassa a injustiça, e onde os problemas sociais não são atacados, a violência aumenta. Recentes estudos mostram que na Europa, o desenvolvimento social, a educação formal, a melhoria da situação de vida da população trabalhadora, aliada à instituição da justiça, do exército e da polícia, foram os principais fatores responsáveis pelo declínio da violência fatal. Essas mudanças que promoveram a valorização da vida são transições macro-estruturais que, ao ocorrerem, influenciaram novas formas culturais de resolver os conflitos, de inter-relações sociais, assim como novas expressões simbólicas e subjetivas de significar a violência. As altas taxas de homicídios nos Estados Unidos, contrastando com as de países europeus, indicam que outros fatores culturais de forte raiz na estrutura social podem ser responsáveis pela exacerbação da violência. Vários estudiosos assinalam o culto às armas e a questão racial como elementos fundamentais dessa situação. O costume da ação direta para defesa pessoal e do patrimônio, o elogio da força e da justiça imediata pelas armas, estão vivos naquele país. Olhando hoje aonde se encontram os principais focos de violência pelo planeta_ Oriente Médio, Iraque e mesmo a violência urbana da América Latina, sobretudo Brasil e Colômbia – vamos nos encontrar com focos de injustiça social gerando a violência. Nenhum esforço repressor ou positivo que incida sobre as situações injustas surte efeito se não for sanada a raiz injusta que corrompe e esteriliza todos os esforços de paz. Quarenta anos depois, as palavras do falecido Papa Paulo VI ainda expressam uma profunda verdade: “O desenvolvimento é o verdadeiro nome da paz”.


A violência no mundo de hoje!

São vários os fatores que contribuíram para a violência, e isso, presenciamos hoje, principalmente quando o assunto é estrutura familiar, pois requer um cuidado especial, onde envolve profissionais que buscam melhorar a nossa sociedade. Há séculos que vem se alastrando o número de vítimas que só faz crescer, apesar de sofrer modificações constantes durante todo o tempo.

Existem em todos os lugares sem distinção de cor, idade, sexo e religião. Não á tamanho para a violência, a cada dia que passa só vem aumentando o número de casos com vítimas. Ainda não se tem uma causa concreta, mas a maioria dos casos envolve drogas. O mundo assiste diariamente a morte de milhares de pessoas inocentes que querem apenas viver.

Notamos que os direitos humanos são constantemente ignorados pela sociedade, porém, poucas providências são tomadas para reverter o quadro. Muitos buscam êxito em grandes alterações envolvendo um grande de pessoas que tentam resgatar a Paz. As vítimas de violências procuram respostas para tais acontecimentos que, ás vezes, passa uma impressão de não sermos protegidos.

Sentimos-nos literalmente inseguros vai de criança ao idoso, isso é uma vergonha. É pai matando filho, filho matando a mãe, e assistimos como se fosso algo normal. Falta os órgãos responsáveis tomarem atitudes mais severas, espero que a providência, venha o mais rápido possível, para muitos não a solução, mas é para isto que se discutirá e procurar-se-á uma maneira de viver melhor.



Violência no mundo mata 1,6 milhão de pessoas por ano


A violência mata mais de 1,6 milhão de pessoas no mundo a cada ano, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A OMS afirma que outros milhões de pessoas são mutiladas por ataques.

A violência é hoje a principal causa das mortes de pessoas com idades entre 15 e 44 anos.

Ao divulgar o relatório, a OMS pediu aos governos em todo o mundo que adotem medidas urgentes para diminuir índices de assassinatos, violência doméstica e conflitos armados.

Uma morte por minuto

Segundo o relatório, a violência responde por 14% das mortes de homens e 7% das mortes de mulheres.

Isso quer dizer que uma pessoa morre em algum lugar do mundo a cada minuto.

Outras estatísticas publicadas dizem que uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos e 35 pessoas morrem a cada hora em conflitos envolvendo armas.

Para cada pessoa morta pela violência, entretanto, 40 outras precisam de tratamento para ferimentos graves.

Metade das mulheres mortas em crimes violentos são assassinadas pelo marido, ex-marido ou namorado. Em alguns países, o índice sobe para 70%.

Uma em quatro mulheres no planeta vai sofrer violência sexual por parte do parceiro.

A violência contra os idosos, no entanto, também é um problema crescente, com 6% de idosos tendo se declarado vítimas de abuso.

Educação

O diretor da OMS, Gro Harlem Brundtland, disse que o relatório representa um desafio.

"Ele nos força a ir além das noções do que é aceitável e confortável, a questionar a crença de que a violência é uma questão de privacidade da família, escolha individual ou um fato inevitável da vida."

O diretor do departamento de prevenção de ferimentos e violência da OMS, Etienne Krug, disse que as mortes podem ser evitadas com uma mudança de atitude.

"Não há nada inevitável a respeito da violência e ela não é intrínseca à condição humana."

"No mundo inteiro, há evidências de que a violência pode ser evitada por uma série de medidas envolvendo indivíduos, famílias e comunidades."

O relatório reivindica programas educacionais para crianças nas escolas, treinamento para os pais e esquemas para diminuir o uso de armas de fogo, além de melhor suporte para as vítimas da violência.